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Sobre clareza e conteúdo


Se hoje eu fosse parar numa entrevista de emprego dessas bem clichês e o chefão me perguntasse qual a minha maior virtude/talento, eu diria que é a clareza. Nos meus piores pesadelos eu estou tentando explicar uma coisa pra uma pessoa que não está me entendendo. Tenho pânico de ser mal compreendida, e acho que por isso sou tão apaixonada pela escrita. Só sossego quando consigo dizer exatamente o que queria dizer, e depois tenho certeza de que o outro entendeu o recado. Não sei desenhar pra facilitar, mas garanto 100% de satisfação através das letrinhas mesmo.

Digo isso porque não raro ajudo um amigo ou um cliente a escrever ou melhorar um texto, e depois o comentário é sempre o mesmo: “nossa, mas era exatamente isso que eu queria dizer.” Claro que era – eu estudei pra isso. Comunicar uma coisa é fácil, você nem precisa de muitos conectivos e firulas. Comunicar com clareza and beleza é outra coisa. E é o mesmo drama com qualquer profissão, né? Só que com essas mais ligadas às artes rola uma dificuldade de aceitação por parte do grande público. Porque escrever quase todo mundo sabe.

Daí que me chovem jobs do tipo “quanto você cobra pra revisar esse textinho aqui que eu escrevi pra tal coisa?” Olha, eu cobro X. Mas preferiria mesmo que você me contratasse pra escrever esse textinho, mediante um briefing seu. Porque ficaria tão melhor. Não que revisar seja uma tarefa menor, mas é que em 99% dos casos o que o texto precisa não é de revisão, mas de outro texto. Mesma coisa vale pra tradução. Não adianta jogar no google translate e depois me mandar pra revisar. Não funciona assim. Pensem nisso quando estiverem contratando “profissionais do texto”, ok?

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